25 junho 2012

Epidemia da Obesidade


HARVARD´S HEALTHY EATING PLATE

A epidemia da obesidade tem sido amplamente reconhecida como um dos principais problemas de saúde pública, sendo referida como “globesidade” pela OMS, em razão da sua disseminação pelo mundo. Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009, o número de homens brasileiros adultos com excesso de peso ultrapassou 50% da população; entre as mulheres, esse número chega a 48%1,2.

A ”epidemia da obesidade”, suportada por um ambiente “obesogênico”, com grande oferta de alimentos calóricos e gordurosos, está diretamente envolvida na patogênese de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, aterosclerose, algumas formas de câncer, entre outros, aumentando as chances de morte prematura e/ou diminuição da qualidade de vida3,4.

No intuito de melhorar a qualidade de vida da população e prevenir possíveis agravos à saúde através da alimentação, surgem as recomendações dietéticas. O foco das mesmas são a promoção da saúde, a redução do risco de doenças e do sobrepeso/obesidade através da melhora da qualidade nutricional dos alimentos consumidos e do aumento na atividade física diária dos indivíduos5.

Nesse sentido, pesquisadores da escola de saúde pública da Universidade de Harvard criaram uma nova proposta (Healthy Eating Plate) que oferece recomendações mais específicas, aprofundadas e mais precisas para uma dieta saudável, quando comparada com a proposta “MyPlate”, desenvolvida pelos departamentos americanos de agricultura e saúde. A nova proposta de Harvard é baseada em dados nutricionais atuais e não sofre influência da indústria alimentícia ou de políticas de agricultura e tem o objetivo básico de promover qualidade nutricional à alimentação diária, por meio da indução a escolhas saudáveis6.

A proposta apresenta a figura de um prato (semelhante à utilizada no programa “MyPlate”) que está dividido em quatros partes de diferentes tamanhos, com orientações gerais quanto a melhores escolhas nutricionais – conforme demonstrado na figura 1. Ainda, há a indicação da prática de atividade física, representada pelo “Stay Active!” no programa de Harvard6. Vale destacar que essa representação gráfica sugere proporções relativas entre os diferentes grupos alimentares, mas sem considerar quantidades específicas de calorias.

De uma forma geral, as novas recomendações pretendem que os consumidores possam fazer escolhas saudáveis, escolhendo grãos integrais, fontes proteicas saudáveis e óleos saudáveis e bebendo água e outras bebidas não adoçadas. Por outro lado, sugere um consumo limitado de grãos refinados, batatas, doces, bebidas açucaradas, carne vermelha, carnes processadas e uma moderação na ingestão de leite e sucos.

Importante destacar ainda que essa proposta não estabelece o valor calórico diário e tampouco o número de porções diárias de cada alimento, já que as necessidades nutricionais são individuais e variam com base na idade, gênero, composição corporal e nível de atividade física, não se esquecendo de se considerar as preferências alimentares individuais.

Figura 1. Representação gráfica da nova proposta de guia alimentar da Universidade de Harvard


As principais recomendações propostas atualmente são:
- Incentivo ao consumo de grãos integrais, destacando o consumo de arroz integral e massas e pães integrais, associado ao consumo limitado de grãos refinados (como pão e arroz branco);
- Escolha por proteínas saudáveis, como peixes, frango, feijões e oleaginosas, limitando o consumo de carne vermelha. Há a recomendação ainda para se evitar bacon, frios, embutidos e carnes processadas;
- Incentivo ao consumo aumentado de frutas de todas as cores;
- Consumir mais vegetais com maior variedade, ressaltando que batata e batata frita não entra nessa recomendação;
- Incentivo ao uso de óleos saudáveis, como azeite de oliva e óleo de canola, tanto para cocção quanto na salada e no uso sobre os alimentos no momento de consumo, associado ao consumo reduzido de manteiga e à exclusão de gorduras trans.
- Com relação à ingestão de líquidos, recomenda-se o consumo de água, chás e café (com pouco ou nenhum açúcar de adição), além de um consumo limitado de leite e produtos lácteos a 1-2 porções diárias e suco (1 copo pequeno/dia). Ainda, deve-se evitar o consumo de bebidas açucaradas.


Considerando-se a última recomendação de consumo de leite e derivados, os pesquisadores destacam que as pesquisas atuais têm mostrado pouco benefício com o consumo regular de produtos lácteos e, até mesmo, consideráveis efeitos prejudiciais com o alto consumo. Nesse sentido, o consumo moderado de leite e/ou produtos lácteos (1-2 porções diárias) é suficiente para crianças, mas não é essencial para adultos, fato que leva a recomendação de usar a água como substituto ao leite nas refeições (prática comum entre os indivíduos americanos). Ainda, os pesquisadores ressaltam que há outros alimentos fontes de cálcio (como vegetais folhosos verde-escuros e alguns tipos de legumes) que podem ser considerados para aqueles indivíduos que não consomem leite, quer seja pela presença de intolerância à lactose, teor aumentado de gordura saturada ou pela indicação de associação com risco de câncer ovariano8-12 e de próstata13-21. Ainda, há relatos de associação do alto consumo de leite e risco de desenvolvimento de doenças como: câncer de mama22-25, diabetes mellitus tipo 126-29, resistência à insulina30-34, síndrome metabólica e obesidade35-43, síndrome dos ovários policísticos44-48, diabetes mellitus tipo 249-52 e desordens gastrintestinais53-57.

Com relação às recomendações de cálcio, sabe-se que os valores atuais (1200mg/dia para adultos) são contestados e representam quantidades maiores do que aquelas que as pessoas realmente precisam7. Atualmente, não há evidências consistentes de que consumir mais de uma porção diária de leite, associada a uma dieta saudável (que fornece cerca de 300mg de cálcio de fontes não lácteas), irá reduzir o risco de fraturas ósseas7. Sendo assim, considerando a falta de consenso e a existência de associações com o risco de câncer, é prudente evitar grandes quantidades de produtos lácteos7.

Assim, para indivíduos que não podem ou não querem consumir leite e produtos lácteos, a Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard recomenda o consumo de grandes quantidades dos outros alimentos fontes de cálcio, incluindo vegetais folhosos verde-escuros, feijões e legumes e, quando necessário, fazer uso de suplementos dietéticos adequados (com quantidades diárias inferiores a 500mg).

Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional.
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22 junho 2012

PINHÃO - Delícia do Inverno


O Pinhão é a semente da araucária, facilmente encontrado na região Sul do Brasil nos meses de inverno. O Pinhão é um alimento muito saboroso, além de versátil e super saudável. Rico em gorduras mono e poliinsaturadas, o pinhão ajuda no controle do colesterol e do diabetes, além disso, devido ao seu elevado teor de vitamina B1, ajuda a combater a fadiga e aumenta a oxigenação do cérebro, melhorando o funcionamento do sistema nervoso, o que aprimora principalmente memória e cognição. Como se não bastasse, o teor de zinco encontrado no pinhão ajuda a estimular a libido. Esta semente também é fonte de vitamina B5, cálcio, fósforo e proteínas.
O pinhão pode ser consumido puro cozido em água, assado em brasa ou na fogueira ou utilizado em preparações. A farinha de pinhão também é uma boa opção, podendo ser utilizada em bolos, pães e biscoitos, por exemplo. Uma preparação bem tradicional é a farofa de pinhão. Segue uma receita para que você possa aproveitar o friozinho saboreando esta deliciosa iguaria.

FAROFA DE PINHÃO
Ingredientes:
  • 5 xícaras de pinhões cozidos e descascados
  • ½ xícara de farinha de mandioca
  • 2 colheres (sopa) de manteiga
  • 1 cebola picada
  • 1 pitada de pimenta-do-reino
  • Sal a gosto
Modo de preparo:
Passe os pinhões pelo processador ou moa, aos poucos, no liquidificador até formar uma farofa grossa. Passe o pinhão para uma tigela e junte com a farinha, misturando bem. Em uma panela, derreta a manteiga, doure a cebola e depois coloque a farofa para fritar e adicione o sal e a pimenta. Retire, passe para uma travessa e sirva como acompanhamento.

Agora é só aproveitar as Festas Juninas para saborear esta delícia!